terça-feira, 29 de novembro de 2011

Olá gente! Ando muito reflexiva esses dias... tenho muito a escrever, mas por enquanto, alguns textos têm falado por mim, refletindo meus pensamentos, algumas respostas, algo que eu queira expressar, e às vezes, não sei como.
O texto abaixo, é um dos que mais gosto e tenho pensado muito nele.Resolvi publicá-lo para compartilhar a beleza de sua mensagem, e te convido para ler e refletir... Até certo tempo, para mim, era mais um texto. Hoje já o vejo como reflexo do que sou, ou melhor, tenho tentado ser, tenho me tornado... O que não se aprende na escola e às vezes nem em casa, a vida se encarrega de ensinar. E eu sempre levando lições dessa vida...

Passeio Socrático

por Frei Betto  publicado em 20/9/2008.

"Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir:

- "Qual dos dois modelos produz felicidade?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

- "Não foi à aula?"

Ela respondeu: - "Não, tenho aula à tarde". Comemorei:

- "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde".

- "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã..."

- "Que tanta coisa?", perguntei.

- "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: - "Que pena, a Daniela não disse: "Tenho aula de meditação!"

Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! - Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é "entretenimento"; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!"O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor.. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno.... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático." Diante de seus olhares espantados, explico: Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."

Bom, é bem isso aí!
Bjs,

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Remédio? Vamos de mãos dadas...

                                                     
                                               

Que bom seria se tivéssemos remédios para todas as dores. Eu disse TODAS as dores, e isso incluí as dores da alma, do coração, da mente. Até porque acho que essas são as piores. Melhor quebrar um braço do que se decepcionar com alguém em quem você confiou, por exemplo.
Algumas pessoas ao meu redor estão sofrendo com essas dores. Para uns, pode parecer exagero, insignificante. Mas a pior dor é aquela que estamos sentindo. Então, porque subestimar a dor alheia? Se para você não passa de uma "bobagem", de uma frescura, para quem a está sentindo não é assim. Incomoda, machuca, faz chorar. E quem somos nós para julgar qual dor é pior? Ou qual dó mais?
Eu, em especial, não tenho andado lá muito bem, e não tenho o menor pudor em escrever isso aqui, pois atire a primeira pedra quem vive num mundo cor de rosa! Claro que existem pessoas que disfarçam sua dor, suas vulnerabilidades, seus pontos fracos. Essas pessoas querem mostrar o tempo todo que está tudo muito bem, que a vida é só sucesso, que não amarga nenhuma tristeza. Eu nem me atrevo a julgar esse tipo de gente. Só me atrevo a emitir um opinião especificamente minha sobre essas pessoas: geralmente, essas que querem demonstrar que a vida é SEMPRE linda e bela, que não têm problemas etc, normalmente têm baixa auto-estima, são carentes, precisam provar para si mesmo e para os outros que nada vai mal, que tudo anda sempre dentro do esperado. Elas conseguem sorrir quando o coração está triste, conseguem disfarçar quando alguém pergunta se está tudo bem, mas são as que mais choram no seu universo particular. Eu acho lamentável, pois quando conseguimos dividir um pouquinho do fardo, ele, EVIDENTEMENTE, fica mais leve.
Bom, mas como eu dizia, eu não ando muito bem, pois as dores da alma, ou da mente, se não forem bem direcionadas, acabam influenciando fisicamente. E foi o que aconteceu comigo. Calma, eu não estou doente e nem morrendo, mas eu deixei as coisas chegarem a um ponto tal, que minha saúde física foi abalada. E agora tive que parar tudo para cuidar de mim. É, porque não tem jeito,  a gente tenta levar, acha que dá conta, mas quando o corpo "grita", aí já era, não adianta tentar não, tem que dar ouvidos e obedecer aos seus "comandos". No meu caso estou de licença médica, tomando alguns medicamentos específicos, seguindo uma alimentação direcionada, e tentando não me estressar. 
Passo esses dias tentando repousar (o que confesso, não é algo difícil para mim não! kkkkkk), lendo, ouvindo música, vendo TV, navegando pela internet,  viajando (viajo novamente essa semana), mas estou fora da minha rotina. E a rotina da gente faz falta. Não que seja bom ter um roteiro na vida, mas que às vezes me sinto meio perdida, com o dia longo, isso eu sinto. Mas sei que faz parte, é necessidade, não é vontade.
Mesmo com essa situação que aos olhos dos outros não parecem animadoras, eu tento sim, animar alguns. Eu vejo que não sou a única a passar por problemas, (aliás, acho que nem tenho problemas sérios mesmo), e vejo que têm muita gente ao meu redor (nem vou falar das dores do mundo, isso nem conta aqui) sofrendo as dores da alma. Algumas me ligam, pedem ajuda (kkkk, parece engraçado, eu não aguentando nem eu mesma e gente me pedindo ajuda! kkk, mas eu tenho o MAIOR PRAZER em pelo menos TENTAR ajudar, ou com alguma palavra (eu e minhas palavras), ou com uma oração, ou até com meu silêncio, pois algumas pessoas querem apenas falar, desabafar, elas não estão ligando para me ouvir, e sim para que eu as ouça. E eu (tagarela demais!!!), nessas horas, sou toda ouvidos.
Algumas pessoas não me ligam para falar de suas dores, mas pelo fato de as conhece-las bem, eu sei que não estão bem. Eu respeito o fato de não quererem falar. Elas me ligam, não falam de suas dores, mas elas querem ouvir algo que as console. E eu, de alguma maneira, tento ajudar do jeito que dá. 
Eu faço qualquer coisa para ajudar alguém que precise. O lamentável é que eu não tenho remédios para as dores da maioria das pessoas. Porque poucas estão com dores físicas. Geralmente lhes doem a alma. E para esse mal, só Deus tem o remédio. Mas percebo que o fato de ouvir, de entender, de não julgar, de saber que, por mais que pareça insignificante, aquela dor tem doído demais, já ajuda. E não tem nada melhor para me "auto-ajudar" do que saber que posso aliviar o sofrimento de alguém, nem que seja por alguns minutos. Isso é revigorante. E eu aprendi a aceitar algumas coisas sem fazer muito drama ou sem querer esconder de Deus e o mundo. Se eu tenho algum problema, se eu sinto alguma dor, se eu estiver chorando, não vou sair gritando isso pela janela, mas também não vou negar, não vou fingir que está tudo bem só para dar a entender (não sei pra quem e nem pra quê), que eu sou inabalável, que nada me atinge... o que eu vou ganhar com isso? Não vou sair alardeando meus sentimentos de forma vã, mas se me perguntarem, eu não escondo, eu falo que remédio estou tomando, em que médico estou me tratando, os resultados esperados, os resultados até então surtidos.. enfim, não tenho o menor problema com isso.
Se você me "empresta" seu ombro, sua companhia, seu sorriso, sua preocupação, e isso é recíproco, pronto, acho que juntos estamos no caminho certo. Vamos de mãos dadas, afinal ninguém está livre das dores. Nem sempre há remédios específicos e imediatos. Mas aqui sempre terá uma boa intenção e disposição em ajudar, dividir, somar, compartilhar... E vamos de mãos dadas, eu até gostaria de citar alguns nomes de queridos(as) que me lembrei o tempo todo enquanto escrevo, mas preferi não, pois primeiramente sua privacidade comigo SEMPRE será resguardada, e também, para não parecer que nossas mãos dadas fecharam um círculo e que não cabe mais ninguém. SEMPRE, haverá espaço para mais um... quem quiser nos dar as mãos, pode vir, a gente tem uma palavra, um sorriso,ouvidos, silêncio que nos ajudam a caminhar, muitas vezes sem remédios, mas sentindo menos dor. E a gente se cura, machuca de novo, mas estamos indo, sempre de mãos dadas...

Bjs,

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Para viver...

Nossa, que saudade do meu cantinho... só meu, onde sou livre para expressar, sonhar, voar... Tanto tempo sem postar nada, mas nunca abandono meu espacinho. Já se passaram tantos dias, tanta água já rolou, tantas lágrimas foram derramadas, quantas gargalhadas dei? Nossa, muitas! Já fui, já voltei, já deixei saudades (para alguns, rs rs), voltei morrendo de saudades de outros (alguns também.. rs rs), tudo andando tão rápido, ou melhor, tudo correndo, tudo voando... Quantas coisas eu teria para escrever aqui! Eu poderia pensar em temas relacionados aos últimos acontecimentos na minha vida: volta à escola após 112 dias de greve, viagens feitas e viagens já agendadas, saúde, momentos de choro, momentos de risos, companhia da família (encontro geral!), licença médica, valor de alguns amigos, etc, etc, etc... 
Mas decidi pegar um texto que li, e que de certa forma,expressa um pouquinho de tudo que se move em meu coração agora. Espero que reflitam (como eu refleti) e curtam. É muito bacana:



"Se não quiser adoecer "

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças
como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna.. Com o tempo a
repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar,
confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia..

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A
indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é
feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder
vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de
doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas.
Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o
fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de
mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia
negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que
está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando
toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.
Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com
muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos
algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os
que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos,
destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é
sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria
liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não
há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em
Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva SEMPRE triste!"

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida
longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive.

"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

Dr. Dráuzio Varela


Em breve voltarei e postarei mais coisitas, pois tenho muita coisa para contar na minha vida, graças a Deus!

Bjs,