Às vezes fico a pensar, em Guimarães Rosa, nas suas exortações acerca que "a vida quer de nós é coragem", que "viver é etcétera". Poxa, esse homem foi de uma sabedoria inigualável, talvez nem tão bem entendida em sua época.
Conversando com uma amiga, assim, de forma aleatória, chegamos à (de certa forma, óbvia) conclusão do quanto a vida é dura. Por mais linda, gostosa, engraçada que ela seja, a vida não é fácil. É uma dádiva, um presente pelo qual devemos sempre sermos gratos, mas que é uma rosa com muitos espinhos, isso é.
Eu e minha amiga refletimos, em um brevíssimo espaço de tempo, sobre as várias turbulências que já enfrentamos, sobre as pedras em nossos caminhos, os percalços, os leões que temos que matar a cada dia. Porque, mesmo diante das inúmeras alegrias, há sempre um coração choroso (ainda que não seja o nosso, mas o do próximo também nos faz chorar). Por mais que tentemos levar tudo com leveza, com calma, com fé, realmente, viver requer força, determinação coragem. Bom, não vou aprofundar muito no assunto. O que eu quero mesmo é deixar registrado aqui a "pauta" do diálogo com minha amiga, esse que nunca mais quero esquecer.
Ah, e para encerrar, não poderia deixar de citar novamente Guimarães Rosa, que também, cada vivência me faz refletir.
"...Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna complicado! Digamos então que nada se perderá. Pelo menos dentro da gente..."